sábado, 10 de setembro de 2011

Chuva de sentidos


A chuva cai lá fora, posso sentir o calor indo embora, e você? Pegue minha mão, e diga o que sente? Será o mesmo ou mudamos?
Sabe, posso sentir sua alma escoando pela palma de sua mão, caindo sobre meu corpo. É a melhor sensação que posso ter. Certeza de uma promessa, confiança em palavras, segure se em minha cintura, ouça o som do vento, a valsa dos corações. Fechando meus olhos posso ver além dos tempos.  Deixe que ele nos leve, nos leve a horizontes inimagináveis enquanto sinto sua mão deslizar meu pescoço, seguindo as curvas de Niemeyer, terminadas em um bale feito de tendu, pliê e sissone.
Beije-me como se fosse a ultima vez, faça esse momento único, deixe que o frio se vá e sinta apenas seu corpo sendo lavado junto ao meu. Lavados da malicia da carne humana, sinta se puro. Cristalinos como agua, olhe nos meus olhos, dispa-se do pudor. Perfeitamente delicada a gravidade que derruba a condensação das partículas.
Não me sinto mais como antes.